Entrevista com o Ministro Marcos Pereira

Entrevista com o Ministro Marcos Pereira

 

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Completando dois meses como Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o capixaba Marcos Pereira visitou o Espírito Santo, no último fim de semana, onde falou a presidentes de sindicatos e diretores da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo durante o Meeting de Líderes Industriais, realizado em Pedra Azul, Domingos Martins.

Em entrevista ao Folha Vitória, o ministro comentou a reunião no Estado, além das atividades desempenhadas para o desenvolvimento do comércio brasileiro frente ao cenário internacional. Na conversa ele destaca ainda que voltará ao Estado no mês que vem para o lançamento do Programa Brasil Mais Produtivo, que prevê intervenções rápidas, de baixo custo, para impactar a produtividade da indústria. Pereira também adiantou que participará da solenidade de entrega do Prêmio Líder Empresarial, promovido pela Rede Vitória.

Confira a entrevista:

 

Folha Vitória: Qual o balanço que o senhor faz destes primeiros dois meses à frente do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços?

Marcos Pereira: É uma avaliação boa. Tem sido um período de bastante trabalho, a agenda está muito intensa. Estamos recebendo os principais representantes dos setores produtivo e privado, e criando grupos de trabalho para discutir os temas de interesse desses setores no sentido de melhorar o desenvolvimento do país.

FV: Recentemente, o senhor liderou a delegação brasileira no encontro de Comércio do G20 na China, sendo que o país estava há quatro anos sem um representante brasileiro. Como foi a experiência?

MP: Além da viagem à China, participei do Fórum Econômico, no qual o Brasil também estava sem representantes há quatro anos. Então, a gente avalia que o Brasil estava sub-representado no cenário econômico internacional.

FV: Na ocasião o ministro de Comércio da China teria confirmado a ida de Temer ao país asiático, em setembro, para provavelmente assinar um memorando de entendimento sobre cooperação de comércio e serviços. Houve algum avanço nas relações comerciais de Brasil e China, obtidos por via desse encontro?

MP: A reunião com o ministro da China foi uma reunião bilateral. A China é o principal parceiro comercial do país. As coisas andam normalmente. Fiz um pleito, e eles vão dar continuidade aos nossos pedidos. Sobre o presidente Michel Temer, ele vai participar da cúpula do G20, e o que nós vamos fazer é antecipar a visita dele, em dois dias, para que ele assine esse memorando que propus, e para que ele apresente as vantagens do Brasil a outros empresários chineses. Também queremos aproveitar essa visita para agilizar a liberação da compra de 20 aeronaves, já aprovada pela Embraer, pelo governo chinês.

FV: Além do ministro chinês, o senhor se encontrou com representantes das áreas de Comércio da Argentina, Países Baixos e da União Europeia. De que trataram as conversas? Alguma boa notícia?

MP: Nesse quadro não estamos negociando como Brasil, estamos negociando com o Mercosul. O Mercosul propôs um acordo com de comércio no qual seriam feitas trocas de ofertas com redução de tarifas. No entanto, nessa lista de produtos, a União Europeia não colocou a carne bovina, nem o etanol, o que seria muito importante para o Brasil. Eu fiz o pedido para que esses produtos entrem na lista e vamos discutir isso numa rodada de negociação que teremos em Bruxelas, em agosto. A União Europeia garantiu, no entanto, que a saída do Reino Unido do bloco não vai atrasar as negociações.

FV: No discurso que proferiu na reunião de Comércio do G20, foi destacada a importância de considerar os interesses dos países em desenvolvimento. Considera essas nações segregadas pelos países desenvolvidos?

MP: O contexto da minha fala foi específico. Nós estávamos discutindo políticas de comércio para todos os países, e é preciso avaliar como cada país pode ser afetado com o resultado das negociações que ocorriam ali. Não seria exatamente segregação. Mas a gente sabe que, muitas vezes, os “grandes” de impõem suas deliberações aos países em desenvolvimento, como os Estados Unidos fizeram com a questão do aço, deixando os demais países à margem.

FV: O que falta para o Portal Único do Comércio Exterior, amplamente defendido pelo Brasil, ser implementado?

MP: Estamos muito próximos da concretização. O portal vai eliminar mais de 90% do papel utilizado nos casos de exportação e importação de produtos e reduzir prazos. Nosso primeiro passo é finalizar o modelo de exportação porque isso é mais importante para o Brasil. O problema é que são vários órgãos envolvidos, como o Ministério da Agricultura, a Anvisa, entre outros, e para integrar todos esses atores não é fácil. Mas a expectativa é de que tudo já esteja funcionando até o final do ano.

FV: Na primeira entrevista que concedeu ao Folha Vitória, assim que tomou posse, o senhor comentou que voltaria ao Estado e manteria contato com a bancada, o governo e a Findes. Como está essa relação? O senhor esteve aqui no fim de semana para o evento da Findes, pretende voltar em breve?

MP: As conversas são muito boas. Tenho conversado com os parlamentares que me procuram para expor suas demandas e juntos avançarmos no desenvolvimento do Estado. Voltarei ao Estado no dia 04 de agosto para, junto com a Findes, lançarmos o programa Brasil Mais Produtivo. Esse programa vai oferecer consultoria para 3 mil micro e pequenos empresários em todo o país, onde vamos rediscutir o processo produtivo dando ganho de, no mínimo, 20% na produção de esses empresários. No mesmo dia, durante a noite, participarei da solenidade de entrega do Prêmio Líder Empresarial, promovido pela Rede Vitória.

FV: No último sábado (16), o senhor foi palestrante de importante evento da Federação, sobre políticas para reindustrialização do Brasil. Como foi discursar sobre essa temática, que talvez seja bem importante para a saída da crise?

MP: Foi um evento muito importante e avalio de forma muito positiva. Apresentei tudo o que a gente está fazendo, junto com o Ministério do Trabalho, para destravar a economia do país.

 

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